Salvar Baleias| Academia de Ciências da Califórnia

Uma equipa de voluntários dedicados trabalha para libertar uma baleia enredada ao largo da costa da Califórnia, com paciência, persistência e tecnologia.

Salvar Baleias

Kathi: Recebemos uma chamada a 27 de abril

dizendo que havia
uma baleia-corcunda enredada

na Baía de Monterey, no santuário.

Narrador: Kathi faz parte da equipa
de salvamento de baleias,

um grupo de voluntários,
registado na NOAA,

treinados para ajudar
baleias em dificuldade.

Kathi: Normalmente, na Califórnia,

por toda a costa ocidental,
recebemos oito chamadas por ano.

A parte mais difícil do salvamento
é encontrar a baleia.

Em comparação com um oceano muito vasto,
uma baleia é pequena.

Narrador: Desta vez conseguiram
encontrar a baleia e agir.

Kathi: Saímos no dia seguinte
e encontrámos a baleia.

Conseguimos remover uma armadilha
para caranguejos e 80 m de linha

para eliminar a parte mais perigosa
do enredamento,

mas ainda havia um grande envolvimento
no pedúnculo,

a parte que liga às nadadeiras da cauda.

Havia três grandes envolvimentos

profundamente enterrados,
já com pele por cima.

Era preciso retirar
este envolvimento da baleia

Era um adulto jovem,
com cerca de 7,5 metros,

o que significa que ia crescer
até aos 12 ou 15 metros.

Quando a baleia cresce,
o envolvimento não cresce.

Portanto, é uma coisa
que representa uma ameaça à vida.

Infelizmente, o tempo piorou
e deixou de haver segurança para lá ficar,

por isso tivemos que voltar para terra.

Deixámos nela o aparelho de telemetria.

Narrador: O aparelho de telemetria permite
que a equipa siga os movimentos da baleia.

Kathi: Tivemos que esperar até que a baleia
se encontrasse em boa posição

e o tempo estivesse seguro
para sairmos e atuarmos.

Neste caso, a equipa
teve que esperar duas semanas,

conseguindo por fim localizar a baleia
ao largo da costa de Santa Barbara.

Partiram de manhã cedo, aproximando-se
cautelosamente do cetáceo.

Kathi: Parecia o "Tubarão".
Eles punham barreiras.

No nosso caso, pusemos boias na baleia

para a abrandar e trazê-la à superfície.

Narrador: A equipa precisava
duma abordagem diferente

para retirar a linha profundamente enterrada

sem ferir o animal ainda mais.

Kathi: Decidimos tentar
uma técnica de desenrolamento.

Vimos que estava enrolada
três vezes em volta da cauda.

Seria possível desenrolá-la
sem ter que a cortar?

Pusemos dois barcos a trabalhar
em conjunto para a desenrolar.

Narrador: Depois de desenrolar
cuidadosamente a primeira linha

a equipa fez um pequeno corte,
desenrolou mais um pouco,

e libertou a baleia.

Ajudámos a salvar a vida de um animal,

mas isto não é uma solução para o problema.

Por isso, partilhamos todas as informações
com o gabinete de Pescas da NOAA.

Por cada baleia que desembaraçamos,

há cerca de dez baleias
que não são detetadas.

Isto acontece porque temos
uma população de baleias em crescimento,

e também porque vamos
cada vez mais longe para o alto mar.

Aqui, na costa ocidental,

a armadilha para caranguejos é o enredamento
mais vulgar que encontramos.

Vão surgir problemas
quando temos muitas baleias

e pesca ao mesmo tempo.

Como é que podemos minimizar isso?

São casos de interação humana.

É uma coisa que nós, enquanto espécie,
temos feito a este animal.

Por isso é qeue eu faço parte da equipa
que ajuda a ncontrar algumas soluções

e mitigações para o problema.

Tradução de Margarida Ferreira