Ciência de Hoje: Preguiças Pigmeus| Academia de Ciências da Califórnia

O investigador da Academia, Bryson Voirin, está a estudar as adoráveis e esquivas preguiças pigmeus, uma espécie ameaçada que só se encontra numa pequena ilha das Caraíbas.

A Academia das Ciências da Califórnia é o único local do planeta com um aquário, um planetário, um museu de história natural e uma floresta tropical de quatro andares, debaixo dum só teto.

Preguiças Pigmeus

As preguiças pigmeus
são esta espécie incrível.

Só existem numa única ilha
em todo o mundo.

É uma ilha chamada Escudo de Veraguas,

ao largo da costa do Panamá.

O que as torna especiais
é o seu tamanho diminuto,

daí o nome de "pigmeu".

Têm cerca de 40% do tamanho
duma preguiça normal.

Se pensarmos que uma preguiça normal
tem o tamanho dum cão,

estas são mesmo pequenas.

As preguiças pigmeus
são uma espécie ameaçada

porque estão isoladas nesta única ilha.

Desconhece-se qual é a população
das preguiças pigmeus

porque é muito difícil
encontrá-las na floresta.

Estão camufladas e são boas a esconder-se.

Assim, não sabemos bem quantas existem

mas julgamos que não serão
mais do que umas centenas.

Estou a tentar estudá-las na floresta

e ver quantas são

para percebermos se a população
está a aumentar ou a diminuir

porque infelizmente está a haver
muita deflorestação na ilha.

Uma das maiores descobertas
que fiz até agora,

foi por colocar coleiras
nas preguiças pigmeus.

Descobri que não vivem apenas
nos mangais, como se julgava,

mas também vivem na floresta.

Isso é importante
porque os cientistas julgavam

que as preguiças pigmeus
só se encontravam nos mangais

o que significa que,
se só 5% da ilha forem mangais,

há uma pequena percentagem da ilha
onde elas podem habitar.

Agora encontro-as na floresta,

o que significa que, em vez de
umas 100 preguiças pigmeus,

pode haver mais de 1000,

o que é bom para a população
de preguiças pigmeus.

O maior desafio de toda esta operação

é encontrar e apanhar uma preguiça.

Para a apanhar,
tenho que trepar a uma árvore.

Atiro uma corda para a árvore,
subo pela corda,

depois aproximo-me da preguiça, agarro-a

e trago-a para baixo.

Mas é bastante difícil porque uma preguiça

pode mover-se tão depressa
como nós a andar,

o que pode não parecer grande coisa,

mas a 3,5 metros do solo,
na altura em que lá chego,

já a preguiça me viu e pode estar
a duas árvores de distância.

Isso obriga-me a descer,
a voltar a colocar a corda

e a voltar ao princípio.

Estou sempre a ser enganado
pelas preguiças.

Descobri uma coisa interessante

observando-as e investigando-as.

Parece que têm muitos filhos,

o que é um bom sinal.

Julgo que é uma população
muito saudável e robusta.

Mas há grandes desafios

e enfrentam ameaças das pessoas
que abatem árvores

e fazem queimadas na ilha.

É importante ficar de olho nisso,

mas penso que, de forma geral,
é um bom sinal para a população.

Tradução de Margarida Ferreira.